A xerife do mercado de capitais brasileiro também pediu informações à Petrobras. Em nota, a Braskem disse que “considera natural o ofício da CVM com pedido de esclarecimentos diante da relevância do tema hedge accounting”.
A empresa disse que já enviou ao órgão regulador os documentos solicitados: cópia da documentação que formaliza a estratégia de gestão de risco objeto da nova norma contábil e os pareceres técnicos que embasaram a sua decisão e a dos auditores.
A Braskem informou também que vinha estudando a adoção dessa prática contábil desde o ano passado. A decisão de aplicá-la foi tomada em maio, após um parecer favorável de seus auditores.
Para a empresa, a medida contábil – permitida no Brasil desde 2009, quando foi aprovado o pronunciamento contábil 38 (CPC 38) – foi bem acolhida pelo mercado, por especialistas e acadêmicos, para quem o chamado “hedge accounting” dá melhor qualidade aos balanços.
A CVM admite que está “analisando o tema contábil para um conjunto de companhias”. Por questão de sigilo, as informações ao público sobre os processos são restritas.
A contabilidade de hedge é um mecanismo que neutraliza parte do impacto da variação cambial sobre a dívida da empresa no curto prazo. Com manobra, as exportações são usadas pelas companhias como proteção contra a variação da dívida em moeda estrangeira. A manobra elimina o descasamento contábil entre os efeitos benéficos da valorização do câmbio na receita de empresas exportadoras – mais demorado – e o imediato peso negativo sobre a variação da dívida em moeda estrangeira.