Os SEALs da Marinha Americana são admirados no mundo inteiro. Não apenas pela capacidade técnica e por terem sucesso em praticamente todas as missões que eles participaram. Eles também são admirados pela resiliência mental de seus integrantes.
A seleção para se tornar um SEAL é de fato desumana. O motivo é que estes soldados devem ser treinados até o limite, porque no meio da guerra, ninguém pode deixar o companheiro para trás, ninguém pode abandonar o barco e pensar somente em si.
Apenas os mais fortes sobrevivem. Eles nadam com tubarões, pulam de helicópteros em alto-mar, entram em casas com terroristas armados até os dentes…como uma pessoa sem resiliência mental se daria bem em missões desse tipo?
Quem são os Seals?
Os SEALs são uma das principais forças de operações especiais da Marinha dos Estados Unidos e parte do Comando Naval de Operações Especiais (NSWC) bem como também um componente marítimo do Comando de Operações Especiais (USSOC).
A sigla da unidade é derivada de sua capacidade em operar no mar (sea), no ar (air) e em terra (land). Na Guerra ao Terror, os SEALs foram utilizados quase exclusivamente em operações terrestres, incluindo ação direta, resgate de reféns, antiterrorismo, reconhecimento especial, guerra não-convencional e operações de defesa interna e externa.
Curiosidade: Os SEALs foram responsáveis por matar Osama Bin Laden no Paquistão em 2011.
Técnica #1: Coma o Elefante
Os SEALs usam esta pergunta para ensinar esta primeira técnica: Como você comeria um elefante?
A resposta correta é: com uma mordida por vez.
Ao encontrarmos uma tarefa assustadora — correr uma maratona, ir bem em uma prova difícil, criar uma empresa, ou conversar com aquela mulher bonita do bar — normalmente ficamos com medo e desistimos antes mesmo de tentar. Mas os SEALs tem uma solução…
A palavra é segmentação. Divida o elefante em partes que cabem na boca. Deu pra entender né? Basta dividir o problemão em pequenos probleminhas. Evite pensar no problema como um todo para não ser desestimulado. Foque nas partes e pense em concluir estas pequenas tarefas.
Parece óbvio mas muitos desistem por ficarem desanimados. Tenha foco e terá resiliência mental.
Muitos ultramaratonistas e tri-atletas utilizam esta técnica. Eles focam na próxima prova — e não em ser o número 1 do ranking. A evolução ocorre aos poucos.
Aplicação prática: divida a grande tarefa em pequenas tarefas, de preferência em tarefas que cabem em um dia. Evite pensar no todo para não desanimar.
Técnica #2: Visualize o sucesso.
Existe um estudo que diz que jogadores de basquete melhoram os seus lançamentos em 23% apenas por visualizarem previamente o lançamento bem sucedido. Os praticantes que de fato praticaram lançamentos, melhoraram 24%. Veja bem, isto dá apenas 1% de diferença fazendo muito menos esforço! Se é realmente verdade, eu não sei, mas sei de atletas famosos que utilizam esta técnica e aprovam!
O treinador de Michael Phelps ensinou a ele assistir ”o vídeo” em que o atleta se imaginava nadando de forma perfeita, do começo ao fim. Criando todos os detalhes. Phelps utiliza este hábito até os dias de hoje.
Uma boa visualização consiste no seguinte:
Detalhes vívidos: Utilize todos os sentidos. Imagine detalhes. Faça ficar mais real possível.
Repetição: Repita todos os dias ou até mais de uma vez por dia. Faça se tornar um hábito.
Desempenho positivo: Não se imagine falhando. Ao invés disso, se imagine tendo sucesso repetidamente. Mesmo que haja obstáculos ou imprevistos na sua visão, imagine que você conseguiu supera-los de alguma forma. (Michael Phelps imagina situações em que o seu óculos enche de água, e ele tem que nadar sem enxergar nada, mas acaba conseguindo. Ele gosta de se imaginar em situações onde as coisas dão errado e mesmo assim ele tem sucesso)
Imagine as consequências: Se você acabar pensando no pior, imagine as consequências do fracasso.Veja a cara de seus amigos e familiares recebendo a notícia de que deu errado. Imagine a vergonha que você sentiria.
Aplicação prática: Na próxima vez que você tiver que enfrentar eventos estressantes e importantes, use a visualização para imaginar você tendo sucesso.
Técnica #3: Controle Emocional
Em tempos de grande estresse, o nosso corpo recebe altas doses de adrenalina, cortisol e noradrenalina que nos dá um estímulo de energia e foco.
Entretanto, estes hormônios permanecem “ligados” por longos períodos. E acabam impedindo você de relaxar, causando problemas para dormir, mau humor e abaixando a imunidade do corpo.
Os SEALs utilizam um técnica para solucionar este problema chamada de 4 por 4 por 4:
Inspire por 4 segundos
Expire por 4 segundos
Repita por 4 minutos
É a mesma metodologia utilizada na Ioga por milhares de anos. O nosso cérebro afeta o nosso corpo, e vice-versa.
Aplicação prática: Na próxima vez que se sentir estressado ao longo do dia, pare e utilize esta técnica. Fará você relaxar e pensar com maior clareza.
Técnica #4: Não reatividade.
“As pessoas ficam perturbadas não pelas coisas, mas pela imagem que formam delas.” ˜ Epiteto
Nós temos mais controle do que pensamos.
Não podemos controlar o que acontece no mundo, mas podemos controlar a nossa interpretação sobre as coisas.
Em seu livro Breaking BUD/S: How Regular Guys Can Become Navy SEALs, D.H Xavier lembra da sua experiência na “Semana Infernal”.
“Eles estavam me humilhando enquanto eu estava muito, muito para baixo. A minha crença podia ser de que eles realmente não me queriam lá [na equipe]; a consequência desta crença teria feito eu desistir. Mas ao invés disso, a minha crença era de que eu não me importava com o que eles diziam. Eu acreditava que era capaz de ter sucesso…” ~ D.H Xavier
Xavier implementou algo chamado reenquadramento, técnica usada em Design Thinking. Que pega uma crença ou visão de mundo, descarta, e seleciona outra. O que você poderia ter interpretado como um evento negativo de repente se torna um evento positivo, basta mudar o ponto de vista. Esta técnica nos dá resiliência mental porque nos mostra que podemos tirar lições valiosas mesmo das piores situações.
Aplicação prática: observe como você interpreta eventos externos. Desafie a sua forma de interpretar. Tente mudar formas negativas de enxergar um determinado evento em coisas mais positivas. Enxergue os acontecimentos ruins como um desafio para te fazer evoluir.
Técnica #5: Pequenas Vitórias
O que fazer quando o moral está baixa? Você perdeu a sua carteira, está chovendo e a sua esposa te deixou neste mesmo dia. O que fazer quando tudo dá errado?
Tente pensar pequeno.
Todos os dias eu escrevo três coisas pelas quais eu sou grato.
Hoje escrevi:
O ar fresco e refrescante que vem após uma longa chuva
A fumaça prazerosa do café gelado
O sorriso com a atendente da cafeteria
Pequenas vitórias mantém o moral alta. E moral alta alimenta mais moral alta. E cria um círculo virtuoso de positividade por fazer um bom trabalho.
Tente fazer isto. É mais importante do que você imagina.
Técnica #6: Encontre a sua tribo (e Necessidade)
“Humanos não se incomodam com as dificuldades, na verdade eles prosperam nelas; eles se incomodam com o fato de se sentirem inúteis. A sociedade moderna aperfeiçoou a arte de fazer as pessoas se sentirem inúteis. Chegou a hora de isto acabar.” ˜ Sebastian Junger
Junger tocou em um ponto interessante. Todos nós já vimos casos de superação em momentos de grande necessidade. Como o caso clássico da mente superando limitações físicas de uma mãe que levanta o carro para salvar o filho.
Nós humanos somos criaturas sociais. E nós buscamos sentido em um mundo que muitas vezes parece não ter nenhum sentido.
Procure as duas coisas — amigos próximos e princípios — e assim terá um bom terreno para a resiliência mental.
Aplicação prática: Passe um tempo pensando sobre o que traz sentido para a sua vida. Este é o primeiro passo para encontrar a sua tribo — o grupo de pessoas que compartilham a mesma visão e valores.
Fonte: BuyandHold